Olá pessoal, peço desculpas pelo longo período de ausência, tempos difíceis...
Mas, venho por meio deste divulgar um texto que fiz em resposta à uma questão da avaliação final da disciplina de Análise das Linguagens Contemporâneas I.
Espero que gostem.
QUESTÃO:
1. Existe necessidade de compreender a arte? Não é suficiente olhá-la e senti-la? O que devo fazer para conhecer a obra de arte que está dentro de mim? Em que condições me sentirei autorizado a dar um parecer sobre ela? Existe uma maneira de situar-se corretamente? Para que servem as metodologias de análise? Quais os objetivos da metodologia aplicada?
"A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê..." Assim define Jean Cocteau resumindo neste paradoxal epigrama a necessidade da arte e o seu papel no mundo burguês atual (FISCHER, 2002). Mas, nesse sentido, não seria correto afirmar que a arte expressa uma relação profunda entre o homem e o mundo? Talvez a compreensão da arte esteja relacionada com a compreensão da essência humana. A arte é inerente ao homem. Somente o homem produz/frui arte. Ao mesmo tempo o ser-humano é um ser limitado. Limitado pelo fato de existir, por SER humano, e não encontrar respostas para justificar sua própria existência. No campo da arte não basta para o homem olha-la e senti-la, de modo algum. É preciso absorve-la, absorver todo o mundo circundante e integra-lo a si como um organismo simbionte, estendendo os limites de sua compreensão para além do "Eu", fazendo da arte um caminho do individuo para a plenitude, para o mundo em geral, no sentido de se identificar com aquilo que ele NÃO é mas tem possibilidade de ser. Em contrapartida, para conhecer a obra de arte que está dentro de si basta olhar para dentro, não em primeira pessoa, mas para um "Eu" maior que seria o "Eu Homem". Conhecer os os principais fundamentos do que já foi pensado pelo homem em diferentes épocas e produzir sentido por meio destes, confrontando-os com toda a vivência particular até dado momento., pois o homem também é limitado por tornar social sua individualidade. Sendo assim, a "autorização", a auto concessão para dar um parecer sobre a obra de arte, torna-se possível se estiver claro a necessidade de dominar, controlar e transformar. A experiência em memória. A memória em expressão. A matéria em forma (maneira) de traduzir uma subjetividade, um tempo histórico, um conhecimento aprioristico, não havendo assim uma unica maneira de situar-se corretamente diante da experiência artística, e sim infinitas possibilidades de compreensão, contextualização e ressignificação. Para isso é necessário estabelecer uma metodologia de analise, pois a razão da arte nunca permanece inteiramente a mesma. As metodologias de análise tem como objetivo construir uma bagagem intelectual de depuração para se julgar um trabalho subjugando o olhar ingênuo alicerçado em padrões estéticos de "gosto", a fim de obter uma análise mais reflexiva, e uma reflexão mais enriquecedora.