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terça-feira, 5 de julho de 2011

Análise das Linguagens contemporaneas

Postado por Fred.

Olá pessoal, peço desculpas pelo longo período de ausência, tempos difíceis...
Mas, venho por meio deste divulgar um texto que fiz em resposta à uma questão da avaliação final da disciplina de Análise das Linguagens Contemporâneas I.
Espero que gostem.


QUESTÃO:

1.        Existe necessidade de compreender a arte? Não é suficiente olhá-la e senti-la? O que devo fazer para conhecer a obra de arte que está dentro de mim? Em que condições me sentirei autorizado a dar um parecer sobre ela? Existe uma maneira de situar-se corretamente? Para que servem as metodologias de análise? Quais os objetivos da metodologia aplicada?


"A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê..." Assim define Jean Cocteau resumindo neste paradoxal epigrama a necessidade da arte e o seu papel no mundo burguês atual (FISCHER, 2002). Mas, nesse sentido, não seria correto afirmar que a arte expressa uma relação profunda entre o homem e o mundo? Talvez a compreensão da arte esteja relacionada com a compreensão da essência humana. A arte é inerente ao homem. Somente o homem produz/frui arte. Ao mesmo tempo o ser-humano é um ser limitado. Limitado pelo fato de existir, por SER humano, e não encontrar respostas para justificar sua própria existência. No campo da arte não basta para o homem olha-la e senti-la, de modo algum. É preciso absorve-la, absorver todo o mundo circundante e integra-lo a si como um organismo simbionte, estendendo os limites de sua compreensão para além do "Eu", fazendo da arte um caminho do individuo para a plenitude, para o mundo em geral, no sentido de se identificar com aquilo que ele NÃO é mas tem possibilidade de ser. Em contrapartida, para conhecer a obra de arte que está dentro de si basta olhar para dentro, não em primeira pessoa, mas para um "Eu" maior que seria o "Eu Homem". Conhecer os os principais fundamentos do que já foi pensado pelo homem em diferentes épocas e produzir sentido por meio destes, confrontando-os com toda a vivência particular até dado momento., pois o homem também é limitado por tornar social sua individualidade. Sendo assim, a "autorização", a auto concessão para dar um parecer sobre a obra de arte, torna-se possível se estiver claro a necessidade de dominar, controlar e transformar. A experiência em memória. A memória em expressão. A matéria em forma (maneira) de traduzir uma subjetividade, um tempo histórico, um conhecimento aprioristico, não havendo assim uma unica maneira de situar-se corretamente diante da experiência artística, e sim infinitas possibilidades de compreensão, contextualização e ressignificação. Para isso é necessário estabelecer uma metodologia de analise, pois a razão da arte nunca permanece inteiramente a mesma. As metodologias de análise tem como objetivo construir uma bagagem intelectual de depuração para se julgar um trabalho subjugando o olhar ingênuo alicerçado em padrões estéticos de "gosto", a fim de obter uma análise mais reflexiva, e uma reflexão mais enriquecedora.